quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A 'MALDIÇÃO DO PETRÓLEO' JÁ ASSOLA O BRASIL

Fonte: Da Agência Brasil
"Royalties não livram Macaé da `maldição do petróleo´
O orçamento milionário dos royalties não livrou a cidade de Macaé, no norte fluminense, da chamada "maldição do petróleo" - manutenção da pobreza em países com grande produção.
Sede da Petrobras, na Bacia de Campos, e refer ncia em qualidade de vida, a cidade acompanha, nos últimos 40 anos, um inchaço populacional que trouxe inúmeros problemas sociais e impactos ao meio ambiente.
"O município de Macaé tem um custeio alto, e os royalties cobrem cerca de 40% dele", informa o prefeito Riverton Mussi. "Temos uma rede escolar grande, com 4 mil novos alunos a mais por ano só na rede municipal. Sobrecarga no serviço médico. E como tivemos várias áreas invadidas e favelizadas nos últimos 30 anos. Temos o custo da recuperação", disse.
Quando a Petrobras se instalou em Macaé, na década de 1970, a cidade tinha cerca de 30 mil moradores vivendo basicamente da agricultura e pesca. Com a indústria do petróleo, hoje s o 200 mil, além das 40 mil pessoas que vão à cidade todos os dias para trabalhar. Segundo a prefeitura, é quase impossível atender a todo esse contingente.
"A cidade não estava preparada para esse salto", diz o prefeito. "Temos um crescimento populacional 20% acima da média nacional. Com o petróleo, vieram os empregos, os royalties, mas também os nós no trânsito, problemas de infraestrutura urbana, poluição de lagoas com esgoto sem tratamento. Muita coisa."
A violência é um desses problemas provocados pelo petróleo, acredita o prefeito. De acordo com a pesquisa Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008, a cidade de Macaé é a mais violenta do Rio - com a maior taxa de homicídio por cem mil habitantes - e aparece ainda em 15º lugar na comparação com o restante do país.
"Na verdade, a violência é um problema de todas as grandes cidades. Mas aqui revela um pouco desse problema do crescimento desordenado, da falta de distribuiç o de renda", avaliou. "Há 30 anos, não estávamos preparados para essa invasão. Depois de 17 anos de exploração, inventaram os royalties, mas esqueceram que tínhamos de recuperar todos esses anos com esse dinheiro", acrescentou Mussi.
Segundo o prefeito, os royalties, que este ano somam R$ 146 milhões, são investidos em urbanização, na construção de postos de saúde e escolas."

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